Trajetória da mulher e as lutas sociais
Séculos de luta silenciosa fortaleceram os objetivos, criaram exércitos obstinados, determinados a lutar por condições mais humanas e justas de direitos, deveres e oportunidades. O tempo passou e algumas vitórias fortaleceram a luta, abriu-se espaço em quase todas as frentes: no trabalho, nos direitos sociais, civis e nos deveres.
Apesar de ser uma região de mineração, onde os homens geralmente são maioria e imperam, as mulheres de Parauapebas disputam o mercado de trabalho de igual para igual e participam com poder de decisão das grandes questões econômicas, políticas e sociais do município.
O movimento de mulheres em Parauapebas nasceu e cresceu com a própria história de ocupação e desenvolvimento da região sudeste do Pará, quando milhares de família de todo o país iniciaram a corrida pelo ouro nos garimpos. Veio gente de vários lugares do Brasil.
Nos anos 80, os homens saíam para trabalhar nos garimpos e as mulheres ficavam responsáveis pela educação dos filhos e da casa, assumindo o papel de pai e mãe. Muitas eram abandonadas pelos maridos, sendo obrigadas a buscar sustento para a família.
Nesse contexto histórico, as mulheres guerreiras de Parauapebas foram à luta e ao longo dos anos conquistaram espaço, estando no centro das grandes decisões do município.
No movimento das mulheres de Parauapebas se formou uma grande diversidade cultural, resultado do processo de ocupação da região. Entre outras, têm paraense, goiana, maranhense, mineira e paulista. Dessa mistura nasceram mulheres extremamente politizadas, preparadas tecnicamente e envolvidas nas questões econômicas e sociais do município. Ao longo dos anos, as mulheres se organizaram e começaram a atuar em várias áreas.
Uma pesquisa recente revelou que 80% das empresas na cidade são dirigidas por mulheres, que representam 52% dos quase 200 mil habitantes do município.
Segundo a secretária municipal da Mulher, Terezinha de Jesus, o Encontro da Mulher de Parauapebas é uma importante oportunidade para que a sociedade reconheça a capacidade de mobilização das mulheres e as respeite. “Somos mulheres e precisamos dar as mãos, trabalhar juntas, em comunhão. O tema deste ano é a nossa cara”, diz.
Em todo esse contexto da história, é salutar reconhecer o trabalho e a luta de cada mulher que tem conquistado seu espaço em todos os segmentos da sociedade. No Executivo, Legislativo, Judiciário, empresas, hospitais, escolas e nas igrejas sempre encontramos a presença feminina.

Fica aqui nossa homenagem a essas mulheres guerreiras, como Fabiene Batista, Elisângela Nascimento, Odilza Lermen, Bel Mesquita, Luzinete Batista e Ângela Pereira e tantas outras. Todas elas têm uma história de luta e desafio para contar. Chegaram onde estão por serem vencedoras, uma característica das mulheres brasileiras.

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