Juiz diz que igreja pode ser um parceiro na educação para cidadania
Procurado semana passada pelo Jornal Folha Verde para opinar sobre o papel da igreja na sociedade, o juiz Líbio Araujo Moura, titular da 3ª Vara Criminal em Parauapebas, concordou em falar sobre o assunto e, cauteloso, deu a sua opinião.
Ao ser indagado se a igreja pode ser considerada um parceiro na educação para a cidadania, o magistrado respondeu que sim, com uma ressalva: desde que sejam guardadas as devidas visões ideológicas de cada religião. “Até porque ninguém vai a um templo religioso para proferir discurso de intolerância ou de guerra, mas para pregar a paz, em nome de um mensageiro de Deus”, enfatizou Líbio Moura, sublinhando que os poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – atuam em favor de quem não tem voz e vez.
O juiz lembra que no Brasil a liberdade religiosa é ampla e também o direito de não optar por nenhuma crença religiosa. Em relação à contenção social, ele diz que a religião exerce um papel muito relevante para a comunidade onde ela atua, assim como a família, a educação, o trabalho.
Essa contenção social da religião, segundo o magistrado, evita que os conflitos sociais desemboquem para o Judiciário, para aplicação das leis. Isso significa que a religião pode ter uma sociedade mais pacificada.
“Outra situação da religião é quanto à fonte do direito, ou seja, a igreja não permite o casamento de dois irmãos. Já para as leis brasileiras não há nenhuma pena para este tipo de caso. Por outro lado, a religião e a Justiça não concordam com bigamia”, compara.
Perguntado como ele entende o fato de muitos detentos, ao cumprir pena nas penitenciárias, optarem por alguma religião, o juiz Líbio Moura respondeu que este comportamento significa “fenômenos sociais”, quando se conhece a religião pela dor e não pelo amor, ou seja, uma inversão de valores. (Waldyr Silva)


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