José Roberto fala de política e diz que é possível fazer diferente


Casado com a gestora empresarial Elisângela Nascimento e pai de Diogo, Iago, Bárbara e Hugo, dois dos quais estudando medicina fora da cidade, o médico José Roberto Bezerra Nascimento, 48 anos, católico, natural de Amarante do Maranhão (MA) e diretor-presidente do Hospital das Clínicas (HC) de Parauapebas, vem prestando relevante serviço em Parauapebas há mais de uma década e agora pensa em colocar seu nome à disposição da população em busca de um cargo político na cidade.
“Zé Roberto”, como é tratado carinhosamente pela comunidade e por amigos mais próximos, fez os primeiros estudos em sua cidade natal, parte do ensino médio em Imperatriz (MA) e o curso de medicina na Universidade Estadual do Pará (Uepa), em Belém (PA), com pós-graduação em ginecologia obstetrícia na Santa Casa de Misericórdia e no Hospital dos Servidores do Estado, também em Belém.

Depois da pós-graduação na capital do estado, “Zé Roberto” prestou serviço durante um ano como médico para a Marinha do Brasil na Estação Naval do Rio Negro, no navio Oswaldo Cruz, em Manaus (AM), com destaque para o combate à cólera na fronteira do Brasil com a Colômbia.
Após essa experiência na Amazônia como profissional de saúde, José Roberto Nascimento retornou a Imperatriz (MA), onde moram os pais dele, e ali conheceu Elisângela e se casou. Em Imperatriz, trabalhou em hospitais e clínicas da cidade, com importante serviço prestado em municípios vizinhos, inclusive no vizinho Estado do Tocantins.
Posteriormente, ele foi convidado por uma secretária de Saúde de Parauapebas para trabalhar nesta cidade. Aceitou o convite e aqui prestou serviço no hospital municipal, a partir de 1995. “Atuei como médico no serviço público no governo do então prefeito Chico das Cortinas, onde desenvolvi um trabalho de forma tranquila e ordeira, com apoio dos colegas do hospital municipal e também da comunidade”, explica o “Zé Roberto”.
HC Parauapebas
Um ano depois, o médico e jovem empreendedor resolveu começar a construção do então Hospital das Clínicas de Parauapebas (HCP), hoje HC Parauapebas, formando sociedade com outros dois médicos. Um terreno foi comprado, com pagamento de cinco parcelas, o alicerce da obra foi feito, mas, no final do governo do então prefeito Chico das Cortinas, e início da gestão do primeiro mandato da prefeita Bel Mesquita, ele foi mal interpretado por alguns grupos políticos e teve que deixar Parauapebas pelo período de um ano (1997), retornando à cidade de origem dele, Amarante, onde prestou serviços a seus conterrâneos.
De volta a Parauapebas, em 1998, trabalhou novamente no hospital municipal, se engajou na campanha política de Faisal Salmen para deputado estadual e deu continuidade à construção do Hospital das Clínicas. A obra foi inaugurada em 1999, com 16 leitos e quatro consultórios médicos, e hoje o hospital dispõe de 48 leitos, entre estes dois de alta complexidade; 36 médicos, que atendem a todas as especialidades; e um quadro de aproximadamente 100 colaboradores. A sociedade foi desfeita e José Roberto vem tocando sozinho o empreendimento.
Política
Na avaliação de José Roberto, desenvolver hoje politicamente a cidade de Parauapebas é um desafio muito grande para os gestores públicos, principalmente no que diz respeito às políticas públicas voltadas para as áreas de saúde, educação, urbanismo, saneamento básico, segurança e transporte público.
O médico conta que já ensaiou algumas vezes a sair candidato em cargo eletivo, mas sempre recuou, talvez por falta de experiência ou mesmo apoio, tanto de grupo político como da própria família. Para ele, as ações dos gestores públicos deveriam ser semelhantes às de um plantão médico: sai um e o outro que entra dá continuidade ao trabalho deixado por seu antecessor.
“Infelizmente, na política é diferente, mas acredito que é possível fazer política com transparência na aplicação do dinheiro público”, destaca. Pensando assim, há poucos meses, a convite de Júnior Romão, ele se filiou ao PSC e faz parte da comissão executiva, na condição de tesoureiro. “Agora, me considero mais preparado e com tempo para a política partidária”, assegura, revelando que o deputado federal Zequinha Marinho, por intermédio de Júnior Romão, o encorajou a concorrer a cargo político. “Estou pensando na proposta”.
Segurança pública
Com relação à segurança pública na cidade, Zé Roberto observa que os movimentos religiosos (católicos e protestantes) defendem indiretamente mais a comunidade de atos criminosos do que os próprios organismos de segurança pública. “Nas igrejas só se prega exemplos bons para as famílias”, detalha.
Voltando a falar de saúde, o médico destaca três fases de tratamento: atenção básica (prevenção), média complexidade (tratamento) e alta complexidade (salvamento de vidas). Assim, “é muito mais prudente investir na atenção básica do que na alta complexidade”. Outra situação apontada por ele é o relacionamento do médico com o paciente. Segundo ele, por falta deste profissional na cidade alguns médicos fazem grande carga horária em hospitais e clínicas, e com isso chegam a atender, estressados, os pacientes, e isso não é bom para nenhuma das partes. Outro ponto importante apontado por ele é o plano de carreira, para proporcionar motivação e segurança ao profissional de saúde.
AMP
José Roberto encerra e entrevista lembrando que foi o segundo presidente da Associação Médica de Parauapebas (AMP), em substituição ao colega Luiz Leite. No mandato de dois anos, ele realizou palestras em escolas sobre como evitar gravidez precoce, DSTs e aborto, além de elaboração de plano para tentar diminuir o índice de acidentes de trânsito com vítimas fatais. Essas propostas foram levadas às conferências de saúde no município e no estado. (Waldyr Silva)

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