Mansos num mundo 
de fortes

            A mansidão é uma das virtudes cardeais cristãs que aparentemente não fazem o menor sentido em um mundo onde a “seleção natural” capitaneada pela “lei dos mais fortes” é que geralmente prevalece. Talvez por isso, não poucas pessoas consideram a mansidão como uma fraqueza. A lógica é simples: num mundo dominado pelos mais fortes – empresários poderosos, ditadores impiedosos, traficantes insensíveis, ricos arrogantes etc. – ninguém deseja ser o “fracote” de quem a maioria só quer tirar vantagem.
            Mas mansidão não tem nada a ver com fraqueza. Jesus sabia disso, tanto que, no Sermão do Monte, Ele pronunciou: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5.5). Ele certamente não estava defendendo uma atitude subserviente diante das pessoas ou uma mentalidade derrotista na vida. Ao contrário, Ele estava orientando os Seus seguidores para que fossem submissos a Deus e colocassem sua força sob o controle exclusivo Dele.
            Podemos aprender o conceito de mansidão cristã observando a maravilhosa cooperação que existe entre o cavalo poderoso e seu cavaleiro. Embora seja um animal grande e extremamente forte, pesando cerca de sete vezes mais do que um homem, o cavalo submete-se ao controle do seu dono. Ele pode correr, saltar, empinar, virar ou ficar imóvel, simplesmente atendendo a um leve comando. Este é um grande exemplo de força perfeitamente sob controle.
Penso que é exatamente isso (força sob controle) que define o conceito cristão de mansidão. Em vez de agirmos com a nossa própria força, voluntariamente nos colocamos sob o controle de Deus e deixamos que a Sua vontade prevaleça na nossa vida. Foi isso o que Jesus fez, Ele submeteu o Seu poder à vontade do Pai. Desse modo, quando somos mansos num mundo de fortes, estamos seguindo o exemplo do próprio Jesus.
É fácil ser manso quando as condições cooperam para isto. Em condições normais, a maioria das pessoas se comporta de maneira socialmente aceitável. Elas dão a impressão de que tudo está sob controle. Porém, um excelente teste de caráter é a maneira como reagimos sob a pressão de uma adversidade. Não poucas pessoas, quando são apanhadas desprevenidas, ou são inesperadamente transtornadas, revelam sua verdadeira disposição.
Certo professor, ao ensinar esse conceito, mostrou aos seus alunos dois potes cujo conteúdo parecia igual. Quando o primeiro pote foi entornado, jorrou vinagre de seu interior. Então o segundo pote foi virado e escorreu mel de seu interior. Os dois jarros pareciam semelhantes, mas postos de cabeça para baixo, o verdadeiro conteúdo foi revelado.
Moral da história: aquilo que guardamos bem no fundo do nosso ser vem para fora quando somos provados. Nossas reações diante das pressões podem revelar quem realmente somos.
Faça o teste: quando alguém faz algo de que você não gosta, como reage?
É preciso mais força para ser manso do que para ser forte. O manso, em vez de agir com a própria força, mantém comunhão com Deus e se submete à vontade Dele. Confiando na direção do Senhor, o que sair do seu coração será puro e bom.
O forte, ao dar vazão aos próprios sentimentos, ao ser dominado pelas próprias paixões, mostra a sua feiúra interior e revela-se fraco.
Lembre-se: existe grande força na mansidão e “os mansos herdarão a terra”. E, se você entregar o seu coração as Jesus, pode ter a fortaleza da mansidão. Qual a sua decisão?

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